BANG! BANG!

Sou fã maníaca do Beat Crusaders há 3 anos. Conheci melhor o trabalho deles por meio do anime BECK, no qual eles tocam a música de abertura, intitulada Hit in the USA. Com suas palminhas já consagradas em quase todas as músicas e o ritmo animado e sempre pra cima do grupo, os 5 mascarados roubaram meu coração.

Beck: Mongolian Chop Squad. Um dos melhores animes que já vi.

Era um caminho sem volta: eu já tinha me viciado! Procurava todas as canções que eles já haviam lançado ou simplesmente dado uma mão na produção. Escutava todas as músicas, compulsivamente, todos os dias, decorando as letras e cada batida. Estava sempre por dentro das últimas novidades dos caras. Procurava as imagens mais legais deles, torcendo sempre para encontrar alguma foto dos japinhas sem as máscaras, no melhor estilo tabloide, em vão. Até me esforcei nas aulas de japonês para poder ler seus blogs sem boiar!

Mas meu amor virou uma louca obsessão desde que cheguei aqui no Japão, há 7 meses. Afinal, eu estou na casa dos caras! Posso ver os shows, comprar os CDs, assistir os DVDs e, quem sabe, com muita sorte, até trombar com eles na rua. E foi o que fiz... quero dizer, sobre comprar o material da banda, e não que eu os tenha encontrado na rua (ainda...). O primeiro CD que comprei na terra do sol nascente, por coincidência, foi o meu favorito deles, o ePopMaking, em uma loja de usados, no entanto, em excelente estado de conservação que não justificaria comprar um novo, exatamente igual, por algumas centenas de ienes a mais. E não parei por aí: logo vieram DVDs, singles, outros álbuns e até um bluray. Minha coleção do Beat Crusaders já está enorme, mas ainda não tenho nem metade da obra-prima dos caras.

Minha coleção até agora! ^o^

Logo que cheguei, em dezembro de 2009, eles realizaram o já tradicional festival Boyz of Summer (que, apesar do nome, aconteceu no inverno... vai entender esses doidos...). Mas, como eu estava perdida em uma terra distante na qual eu jamais  havia pisado, sem internet, sem TV, sem rádio, sem nenhum meio de comunicação com o mundo externo, acabei perdendo o evento. Falha na transmissão dos dados total. Furiosa, não me perdoei! Quando o acesso à internet chegou ao meu apato, comecei a descontar tudo o que eu havia perdido em pouco mais de 1 mês sem contato nenhum com minha banda favorita. Vasculhava, todos os dias, a agenda de shows deles. Início de ano. O movimento estava fraco, era um show aqui ou acolá, geralmente fora do meu alcance. Até que um dia vejo que um show agendado na província onde moro, Shizuoka, no circuito Fuji Speedway. Essa eu não podia perder! Era um festival chamado Japan Jam, no qual a intenção era realizar uma verdadeira jam session entre os artistas e seus convidados. Beat Crusaders tem trocentos CDs splits... perfeito!

Ingresso comprado, em mãos, só aguardando para ser descartado. A espera pelo dia foi um pesadelo. Os dias eram eternos! Enquanto isso, eu ia me distraindo com minha coleção, que cada dia crescia mais e mais (e meu salário, menos e menos). O dia chegou e foi a melhor experiência que já tive com uma banda, sem dúvida alguma. Indescritível. Nunca senti uma vibe tão positiva quanto a deles. Fiz uma resenha deste show em meu outro blog, mas irei postar aqui também para quem quiser ler. Se há uma maneira de resumi-lo, só poderia ser em uma palavra muito usada pelos japoneses: SUGOI!

Os ingressos para o Japan Jam 2010! *o*

E lá veio a depressão pós-show. Eu precisava de outra dose! Mas, novamente, os shows agendados eram escassos e muito distantes de mim. Só restava continuar comprando os CDs, aumentando minha coleção, deixando meu marido louco com tantos gastos (sob a ótica dele, supérfluos).

Até que dia 6 de junho chego ao fundo do poço. Exatamente dois dias após a banda completar 12 anos de atividades, um dia após Hidaka comemorar 42 anos de vida e dois anos desde que o último álbum foi lançado, vem o anúncio: o Beat Crusaders irá se dispersar. Um eufemismo para dizer outro eufemismo, de que a banda entrará em hiatus por tempo indeterminado. Ou, para os mais pessimistas, simplesmente, acabar. É o fim.

Não entrarei em detalhes, já que também postei sobre isso em meu outro blog e esse assunto merece uma postagem exclusiva. Mas é exatamente isso. Dia 4 de setembro é o dia do fim. O dia do meu fim, musicalmente falando. Afinal, o que eu vou ouvir agora?! Nenhuma outra banda chega aos pés do BECR!

Qualquer música deles hoje soa como um funeral. Ver os dias passando tão rápido me dão calafrios sobre o que está por vir. Um mundo sem músicas e vídeos novos do Beat Crusaders... como viverei?! No music, no dream, como já dizia Krauser II. Pode parecer fanatismo, e é exatamente o que é, mas ver uma banda que se ama tanto se desmembrar é deprimente. Não poderia ser pior para uma fã ver seu mundo desmoronar. Mesmo que eles continuem a carreira de músicos (o que foi garantido por eles), não será a mesma coisa. Dia 4 de setembro, no festival de verão Otodama 2010, em Osaka, a magia irá se perder para sempre.

Por mais que existam as bandas paralelas, os projetos solos e todas as colaborações com outros artistas legais por aí, não adianta, não é a mesma coisa, nunca será. Beat Crusaders é único. Beat Crusaders é o que é por causa de Hidaka, Toru, Keitaimo, Kubota e Mashita. Juntos, eles são invencíveis, incríveis, indescritíveis, imbatíveis, incomparáveis. É uma banda diferente de qualquer outra, faz rock do jeito que bem entende. São verdadeiros, tocam com o coração. Quando a energia do quinteto se une, o feitiço é lançado. Mas separados, não funciona.

O legado do Beat Crusaders é invejável, afinal, são 12 anos de estrada, 8 álbuns, 2 coletâneas de maiores sucessos, 1 álbum só de covers, mais de 15 singles, cerca de 10 splits, 1 bluray, 1 dorama, incontáveis DVDs e uma porrada de colaborações em coletâneas, tributos e até desenhos animados. Olhando minha pasta de músicas deles, contabilizo 460 arquivos em mp3. Na minha pasta de vídeos, há mais de 150 arquivos de shows, PVs, entrevistas e aparições na TV. Difícil uma banda indie japonesa fazer tanta história assim. O espetáculo chegou a fim, mas tenha certeza que eles estão sendo aplaudidos de pé. E com muitas palminhas...

Bom, este é a primeira postagem do blog, só para vocês terem noção do meu amor por esse grupo. Aqui, pretendo postar vídeos, músicas, letras e novidades deles. Além, é claro, de fazer reviews de álbuns e PVs já lançados. Mesmo com o fim da banda, procurarei postar novidades sobre seus projetos e qualquer outra informação que tenha a ver com o quinteto. Beat Crusaders não morreu!

O nome do blog não está com erro de digitação, e sim um óbvio trocadilho: Beta Crusaders. Meu nome é Beta, caso não tenha entendido. O blog é uma das formas que encontrei para homenagear a banda que mais amo. É um tributo mais do que merecido. Além disso, não há prazer maior para uma fã do que falar sobre seus maiores ídolos, então o blog também é um passatempo para mim, uma distração nas horas vagas. Sem falar que este blog funcionará perfeitamente como um muro das lamentações, um lugar para eu afogar minhas mágoas nas horas em que eles mais me farão falta...

O título desta postagem leva o nome de uma das minhas músicas favoritas deles, a dançante Bang! Bang!, na voz do insano Taro Kato, faixa do single Feel e da coletânea Very Best Crusaders. Achei que o nome desta música combinava com o teor deste post de abertura, então, aí está! Bang! Bang!

Até a próxima!